Lição 5 - A Alma — A natureza imaterial do ser Humano - EBD CPAD 2025 4º Trimestre

A presente lição o convida a aprofundar a compreensão bíblica sobre a alma humana - sua natureza imaterial, atributos e importância no relacionamento com Deus. Vivemos dias em que ideologias materialistas negam a existência da alma e sua responsabilidade moral, tornando esse ensino ainda mais urgente. Ensinar sobre a alma é reafirmar a verdade de que fomos criados à imagem de Deus e chamados à santificação.



TEXTO ÁUREO

 “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.” (Mt 10.28)


VERDADE PRÁTICA

Cuidar da alma é uma atitude fundamental para uma vida cristã estável e uma eternidade de alegria e paz.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gênesis 1.27,28; 2.15-17; Mateus 10.28 

Gênesis 1

27 - E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.

28 - E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.

Gênesis 2

15 - E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.

16 - E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente,

17 - mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Mateus 10

28 - E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.


INTRODUÇÃO

Na primeira lição apresentamos um conceito preliminar da alma, demonstrando seu lugar na tríplice constituição do homem. Vimos que, junto do espírito e inseparável dele, a alma compõe a parte imaterial ou espiritual do ser humano, que o torna uma pessoa, criado à imagem de Deus. Nesta lição buscaremos nos aprofundar no conceito e distinção da alma, estudando seus atributos e sua importância no relacionamento com Deus e com o próximo.

 

I - ATRIBUTOS DA ALMA

1. De volta ao Gênesis.

A parte imaterial do ser humano é o que mais o diferencia dos animais, como bem evidenciado na criação (Gn 2.7). O homem é um ser pessoal, criado à imagem de Deus, com autoconsciência e autodeterminação. O Criador fez-lhe seu representante, dando-lhe poder de governo sobre toda a obra criada (Sl 8.3-6): “[...] enchei a terra, e sujeita-a; e dominai [...]” (Gn 1.28). Sua capacidade de administração, compreensão e decisão moral é resultado do caráter consciente e autônomo da alma humana. Isso é exemplificado originalmente na aptidão de lavrar e guardar o jardim (Gn 2.15), discernir entre o certo e o errado e fazer escolhas (Gn 2.16,17) e dar nomes aos animais (Gn 2.19). A parte afetiva do homem é demonstrada na afirmação divina da necessidade de uma companheira e na expressão de satisfação de Adão ao receber Eva, que alguns eruditos consideram ser a primeira composição poética da história humana (Gn 2.18,23).

 

2. Entre o espírito e o corpo.

A alma do homem é sua personalidade ou distintivo pessoal. Seus três principais atributos são: emoção ou sentimento, razão ou intelecto e volição ou vontade. É, portanto, a sede dos afetos, raciocínio, impulsos, desejos e decisões. O ser humano emprega esses atributos em sua comunicação com Deus e com o mundo físico, principalmente seus semelhantes. Para ter comunhão com Deus, a alma serve-se do espírito. Para comunicar-se com o próximo, o veículo são o corpo e seus órgãos sensoriais (pele, olhos, ouvidos, nariz, boca). Pode-se dizer, então, que a alma funciona entre o espírito, que se conecta com Deus, o Ser Divino, e o corpo, que se conecta com o mundo dos homens. O cântico de Maria, na casa de sua prima, Isabel, é uma típica cena dessa tríplice interação e comunicação (Lc 1.46,47).

 

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A presente lição o convida a aprofundar a compreensão bíblica sobre a alma humana - sua natureza imaterial, atributos e importância no relacionamento com Deus. Vivemos dias em que ideologias materialistas negam a existência da alma e sua responsabilidade moral, tornando esse ensino ainda mais urgente. Ensinar sobre a alma é reafirmar a verdade de que fomos criados à imagem de Deus e chamados à santificação.


 

alma serve-se do espírito. Para comunicar-se com o próximo, o veículo são o corpo e seus órgãos sensoriais (pele, olhos, ouvidos, nariz, boca). Pode-se dizer, então, que a alma funciona entre o espírito, que se conecta c

 

3. A alma abatida.

Os afetos da alma em relação a Deus são vistos na poesia do Salmo 42, quando o salmista conversa consigo mesmo: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença” (Sl 42.5). O contexto indica que o autor experimentava aflição espiritual e alguma crise em sua comunhão com Deus (vv.4,9; 43.2), por isso sua alma estava entristecida e suspirava: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl 42.2). O Salmo 84.2 também ilustra essa função da alma, assim como o Salmo 51, no qual Davi fala de sua tristeza e do anseio por um espírito reto, voluntário e renovado, o que devolveria alegria à integralidade de seu ser (Sl 51.7-12).

 

SINOPSE I

A alma é a sede das emoções, da razão e da vontade, expressando a personalidade humana criada à imagem de Deus.

 

 

II – A NATUREZA DA ALMA:

IMATERIALIDADE E IMORTALIDADE

1. Distinção de substâncias.

 O texto de Mateus 10.28 é um excelente fundamento para o estudo da alma como parte da natureza imaterial do ser humano. Em um só versículo estão profundas verdades espirituais reveladas por Jesus a respeito de nossa psiquê; algumas delas relacionadas a debates alimentados ao longo de toda a História, inclusive no contexto da Igreja. Em primeiro lugar, Jesus expõe a clara distinção de substâncias entre as partes material e imaterial do homem: uma tangível (o corpo, que pode perecer por ação humana), outra intangível (a alma, que não pode ser destruída pelo homem). Nesse ponto é importante observar que em vários textos das Escrituras a parte imaterial é representada ora pela alma, ora pelo espírito (Ec 12.7; Tg 2.26; Ap 6.9. Nesses casos as referências sempre abrangem ambas as substâncias devido à sua inseparabilidade.

 

2. Imaterialidade e responsabilidade pessoal.

Ao tratar do perecimento da alma e do corpo no Inferno, Jesus refuta as concepções antropológicas materialistas existentes desde a Antiguidade. Em tempos modernos temos o marxismo, que prega que o homem se resume à matéria, ignorando a existência de uma alma consciente após a morte (Lc 16.19-31). Essa ideologia ateísta nega a pecaminosidade e a responsabilidade moral do indivíduo. Considera que o mal é estrutural; que a culpa é da sociedade; que as pessoas individualmente são vítimas de estruturas opressoras. Identificam pecados sociais, mas não individuais. Esse engano desconsidera a necessidade de arrependimento, conversão e salvação pessoal e mantém as almas de seus adeptos no caminho da perdição eterna (At 3.19; Jo 17.3). Toda ideologia que promete soluções absolutas para os problemas do homem por meio de doutrinas sociais, políticas ou econômicas incorre no mesmo erro (Pv 4.12,27; At 4.12).

 

3. Materialismo e teologia.

 A visão materialista da natureza humana vai além das questões político-ideológicas. Afeta também a teologia, principalmente quanto à missão da Igreja, a ortopraxia, isto é, a prática correta. No campo católico, inspira a Teologia da Libertação. No protestantismo, a Teologia da Missão Integral. Ambas se alimentam de concepções socioeconômicas e políticas comuns ao marxismo, que, por sua vez, tem como fundamento o ideário materialista e crítico, que busca tirar Deus do cenário humano e instigar as lutas de classes. Toda negação da condição pecaminosa do homem é, no mínimo, um ateísmo prático, independentemente do viés que assuma (Lm 3.39; Tt 1.16). Algumas correntes teológicas contemporâneas reinterpretam as Escrituras com base em vertentes da teologia da libertação, e compartilham do mesmo campo de distorção e confusão espiritual (Lc 11.17; 1 Co 14.33). Conflitam com a sã doutrina, que é essencial para a salvação da alma (1Tm4.6,16; 2Tm4.1-3).

 

SINOPSE II

A alma é imaterial e imortal, distinta do corpo, e continuará existindo após a morte, sendo responsável diante de Deus.

 

 

III - ALMA RENOVADA E SUBMISSA A DEUS

1. Edificação e saúde. 

A estabilidade de nossa vida cristã e nosso destino eterno dependem de como cuidamos de nossa alma (Lc 12.13-21). A oração é um meio eficaz para nos livrar da ansiedade, um transtorno de dimensão global (Fp 4.6; 1Pe5.7). Deus nos dá sua paz e protege nossas emoções e pensamentos (Fp 4.7); e nos guia no caminho de sua vontade (Cl 3.15). Nossa parte é alimentar nossa mente apenas com o que edifica (Fp 4.6-8). O que falamos? O que ouvimos? O que lemos? O que vemos? Nossos hábitos diários determinam a saúde de nossa alma (Sl 1.1). 

 

2. Purificação e renovação.

 Ainda quanto aos cuidados da alma, a Bíblia nos adverte dos maus pensamentos (Mt 15.19), dos desejos impuros e perversos (Tg 1.14,15; Pv 21.10) e das intenções e inclinações malignas (1 Pe 2.1; Nm 21.5). Devemos purificar e renovar nossa alma (1 Pe 1.22; Ef 4.23,24), para que sejamos transformados e experimentemos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2), vivendo em santidade e temor (Dt 4.15; Js 23.11-13).

 

 SINOPSE III

A alma precisa ser purificada e renovada continuamente para viver em santidade e comunhão com a vontade divina.

 

 

CONCLUSÃO

O cristão precisa viver em plena santificação, o que inclui a contínua rejeição de pensamentos, sentimentos e desejos pecaminosos, mantendo pura a sua alma (1 Pe 1.22; 1 Jo 1.7). Atribui-se a Lutero a frase que diz: “Não podemos impedir que os pássaros voem sobre as nossas cabeças, mas podemos impedir que eles façam ninhos sobre elas”.

 




 Revista:


Corpo, Alma e Espírito
A Restauração Integral do Ser Humano
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