Lição 13 - Assembleia de Jerusalém - EBD CPAD 2025 3º Trimestre
Nesta lição, encerramos nosso
trimestre estudando um dos momentos mais importantes da história da Igreja
Primitiva em Jerusalém: a Assembleia de Jerusalém. Diante de um grave conflito
doutrinário sobre a salvação dos gentios, os líderes da Igreja buscaram, com
sabedoria e submissão ao Espírito Santo, uma solução que preservasse a doutrina
da graça e a unidade do Corpo de Cristo.
TEXTO ÁUREO
“Na verdade,
pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão
estas coisas necessárias.”
(At 15.28)
VERDADE PRÁTICA
Em sua
essência, a Igreja é tanto um organismo quanto uma organização e, como tal,
precisa seguir princípios e regras para funcionar plenamente.
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Atos 15.22-32
23- E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde.
24- Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento),
25- pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns varões e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,
26- homens que já expuseram a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
27- Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais de boca vos anunciarão também o mesmo.
28- Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:
29- Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá.
30- Tendo-se eles, então, despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta.
31- E, quando a leram, alegraram-se pela exortação.
32- Depois, Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras.
INTRODUÇÃO
Com esta lição,
terminamos mais um trimestre de estudos sobre a igreja de Jerusalém. Aqui
veremos como a igreja agiu para resolver seus conflitos de natureza
doutrinária. Um grupo composto por fariseus convertidos à fé insistia que os
gentios convertidos deveriam guardar a Lei, especialmente o rito da
circuncisão. No entendimento dos apóstolos, se isso fosse exigido, a salvação
deixaria de ser totalmente pela graça, o que era inaceitável. Devido à dimensão
da questão e à sua importância para o futuro da Igreja, os líderes se reuniram
em Jerusalém para buscar uma solução para o problema. Lucas deixa claro que a
decisão tomada pela Igreja naquele momento foi guiada pelo Espírito Santo. É
isso que veremos agora.
PALAVRA-CHAVE
Assembleia
I – A QUESTÃO
DOUTRINÁRIA
A questão doutrinária que se tornou objeto de discussão no Concílio de
Jerusalém, abordada no capítulo 15 de Atos dos Apóstolos, teve seu início na
igreja de Antioquia. Ela começou quando Paulo e Barnabé apresentaram à igreja
de Antioquia um relatório sobre a Primeira Viagem Missionária que haviam
realizado. Nesse relatório, os missionários narraram o que Deus havia feito
entre os gentios e como estes aceitaram a fé (At 14.27). O relatório deixa
implícito que a salvação dos gentios ocorreu inteiramente pela graça de Deus,
sem que nenhuma exigência da Lei, como a circuncisão, fosse imposta a eles.
Tanto Paulo quanto Barnabé viam a ação de Deus — manifestada por meio de
milagres extraordinários entre os gentios — como um sinal de sua aprovação,
demonstrando que nenhuma outra exigência, além da fé em Jesus, era necessária
para a salvação. Em outras palavras, a salvação é um dom de Deus, concedido
inteiramente por sua graça.
Lucas mostra que um grupo de judaizantes se sentiu incomodado com o relatório
dos missionários (At 15.1). Esse grupo, composto por fariseus supostamente
convertidos à fé, que haviam vindo de Jerusalém para Antioquia, se opôs ao
ingresso de gentios na Igreja sem que estes, antes, cumprissem as exigências da
Lei. Houve, portanto, um confronto entre esse grupo judaizante e os
missionários Paulo e Barnabé. A questão tomou grandes proporções, correndo o
risco até mesmo de dividir a igreja em Antioquia, o que exigia uma resposta
rápida por parte da liderança. Contudo, por se tratar de um tema complexo e de
amplo alcance, a igreja de Antioquia considerou adequado remeter a questão para
Jerusalém, a igreja-mãe, onde o assunto seria analisado e amplamente discutido
pelos apóstolos e presbíteros (At 15.2).
SINÓPSE I
A exigência da
circuncisão aos gentios gerou um sério questionamento sobre a natureza da
salvação em Cristo.
II – O DEBATE
DOUTRINÁRIO
A questão gentílica chegou a Jerusalém para ser tratada. Contudo, judaizantes,
que ali se encontravam, deixaram claro que a igreja deveria circuncidar os
gentios convertidos e ordenar que eles “guardassem a lei de Moisés” (At 15.5).
No entendimento desse grupo, sem a observância da lei, ninguém podia se salvar.
Pedro é o primeiro a ver a gravidade da questão e percebe que ela não pode ser
tratada de forma subjetiva. A questão deveria ser tratada com a objetividade
que o caso exigia, e a experiência da salvação dos gentios em Cesareia,
ocorrida anos antes, deveria servir de parâmetro (At 10.1-46). Pedro, então,
evoca a experiência pentecostal gentílica como prova da aceitação deles por
Deus: “E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o
Espírito Santo, assim como também a nós” (At 15.8).
O derramamento do Espírito sobre os gentios, anos antes, em Cesareia, na casa
de Cornélio (At 10), havia sido uma experiência objetiva, física e observável
por todos os presentes ali (At 10.44-46; At 2.4). Pedro espera que seu
argumento seja aceito da mesma forma que fora aceito, anos antes, pelos judeus
que haviam questionado a salvação dos gentios de Cesareia. Convém lembrar que
esse mesmo argumento de Pedro já havia sido usado pelo apóstolo Paulo por
ocasião de seu debate com os crentes da Galácia. Da mesma forma, ali, Paulo
deixou claro que o recebimento do Espírito era um fato observável e que todos,
portanto, tinham consciência de que o haviam recebido (Gl 3.5).
Enquanto Pedro recorreu à experiência do Pentecostes como sinal de validação da
fé gentílica. Por outro lado, Tiago, o irmão do Senhor Jesus, recorre às
profecias para fundamentar sua defesa da aceitação dos gentios na Igreja. Para
ele, a inclusão dos gentios na igreja estava predita nos profetas: “E com isto
concordam as palavras dos profetas” (At 15.15). A aceitação dos gentios na
Igreja não era uma inovação sem respaldo nas Escrituras. Pelo contrário, Deus
já havia mostrado aos antigos profetas que os gentios também fariam parte de
seu povo. Esse era um favor divino, fruto de sua graça, e que nada mais
precisava ser acrescentado.
SINÓPSE II
Os apóstolos
usaram experiências espirituais e fundamentos proféticos para afirmar a
aceitação dos gentios por Deus.
III – A DECISÃO
DA ASSEMBLEIA
DE JERUSALÉM
É digno de nota o papel atribuído ao Espírito Santo na tomada de decisões da
Igreja: “[...]pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28). O Espírito
Santo não era apenas visto como uma doutrina na Igreja, mas como uma pessoa com
participação ativa nela. Esse texto faz um paralelo com Atos 5.32, onde também
se destaca a participação ativa do Espírito Santo na vida da Igreja: “E nós
somos testemunhas acerca destas palavras, nós e o Espírito Santo, que Deus deu
àqueles que lhe obedecem” (v.32).
O texto de Atos 15.28 não nos diz como era feita a orientação do Espírito na
primeira Igreja; contudo, a observação feita por Lucas, de que Judas e Silas
“eram profetas” (At 15.32) e que eles fizeram parte da comissão que levou a
carta com a decisão tomada pela Assembleia, indica que o Espírito Santo se
manifestava na Igreja por meio de seus dons (Cf. At 13.1-4). Isso explica por
que as coisas funcionavam na primeira Igreja. Esse era o padrão da Igreja
Primitiva e deve ser também o padrão na Igreja de hoje.
3. O parecer final da Assembleia.
Depois dos intensos debates, o parecer da Assembleia foi de que os gentios
deveriam se abster “das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne
sufocada e da fornicação” (At 15.29). Fica óbvio que a Igreja procurou resolver
a questão mantendo-se rigorosamente fiel à doutrina da salvação pela graça,
isto é, sem os elementos do legalismo judaico, mas evitando os extremos de
rejeitar os irmãos judeus que também compartilhavam da mesma fé. O legalismo
deveria ser rejeitado, os crentes judeus, não. Assim, ficou demonstrado que os
gentios eram salvos pela graça, mas deveriam impor alguns limites à sua
liberdade cristã, a fim de que o convívio com seus irmãos judeus não fosse
conflituoso.
SINÓPSE III
Guiada pelo
Espírito Santo, a Igreja decidiu preservar a graça e promover a comunhão entre
judeus e gentios convertidos.
CONCLUSÃO
A Igreja sempre
será desafiada a enfrentar os problemas que surgem em seu meio. No capítulo 6
de Atos, vimos como ela resolveu um conflito de natureza social, provocado por
reclamações de crentes helenistas (hebreus de fala grega). Aqui, o problema foi
de natureza doutrinária: uma questão melindrosa que requeria muita habilidade
por parte da liderança para ser resolvida. Graças ao parecer de uma liderança
sábia e orientada pelo Espírito Santo, a Igreja tomou a decisão certa. A
unidade da Igreja foi preservada e Deus foi glorificado.
Revista:
Uma Igreja que não teme a perseguição
Doutrina, Comunhão e Fé. A base para o
crescimento da igreja em meio às perseguições
CPAD - Lições Bíblicas 3º Trimestre 2025 - Adultos
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